O sítio de Dona Benta ficava num lugar muito bonito. A casa era das antigas, de cômodos espaçosos e frescos. Havia o quarto de Dona Benta, o maior de todos, e junto o de Narizinho, que morava com sua avó. Havia ainda o "quarto de Pedrinho", que lá passava as férias todos os anos; e o de Tia Nastácia. Emília e o Visconde não tinham quartos; moravam num cantinho do escritório, onde ficavam as três estantes de livros e a mesa de estudo de Narizinho.
A sala de jantar era bem espaçosa, com janelas dando para o jardim, depois vinha a copa e a cozinha.
- E sala de visitas? Tinha?
- Como não? Uma sala de visitas com piano, sofá de cabiúna, de palhinha tão bem esticada que "cantava" quando Pedrinho batia-lhe tapas. Duas poltronas do mesmo estilo e seis cadeiras. A mesa do centro era de mármore e os pés também de cabiúna. Encostadas às paredes haviam duas meias mesas, também de mármore, cheias de enfeites: três casais de içás vestidos, vários caramujos e estrelas do mar, duas redomas com velas dentro, tudo colocado sobre os "pertences" de miçangas feitos por Narizinho. Hoje ninguém mais sabe o que é isso. Pertences eram rodelas de crochê que havia em todas as casas, para botar bibelôs em cima; para o lavatório de Dona Benta, Narizinho fizera pertences de crochê; e para a sala de visitas fizera aqueles de miçanga de várias cores, da bem miudinha.
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